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domingo, 20 de março de 2011

A Revolução Russa e a URSS

 
No século XIX, a Rússia ainda era um país absolutista, governada por czares com caráter divino.
Havia participação e interferência da Igreja Ortodoxa na política, havia também concentração fundiária e a economia era de base agrícola.
As mudanças começaram a partir do governo de Alexandre II, foi abolida a servidão, houve reformas no ensino, diminuiu a censura à imprensa, reformas no sistema jurídico, russificou os não russos (ensino obrigatório da língua nas escolas) -- Serviço militar obrigatório.
Alexandre II morreu assassinado, após sua morte, houve aumento da industrialização e expansão das ferrovias e transportes. Foi Nicolau II (foto) quem deu sequência aos seus trabalhos.
Apesar de tudo, no século XIX, a Rússia ainda tinha características feudais, agrárias, absolutistas e desigualdade social. Com isso houve um aumento de tensões entre os desfavorecidos, em contra partida as repressões aos mesmos também aumentaram, dentre os repreendidos estavam: estudantes, imprensa, partidos políticos e operários.
A falta de dinheiro para investir na indústria e a necessidade de aumento do exército eram compensadas pela entrada de empresas extrangeiras (principalmente inglesas e francesas), além dos empréstimos em dinheiro da burguesia da Europa Ocidental. Por causa disso pagavam baixos salários, aumentavam os impostos para pagar uma indenização à nobreza pelo fim da servidão. Sem dinheiro para investir na agricultura faltava alimentos, com isso, houve um grande êxodo rural e as cidades sem estrutura para comportar tantas pessoas.
Todos esses antecedentes juntos: falta de terras, concentração fundiária em poucas mãos, empobrecimento da população, aumento de impostos, indústria dependente do capital internacional, falta de alimentos, absolutismo dos czares, repressão e violência do governo, contribuiu para a formação de partidos políticos contra o Estado, que eram violentamente reprimidos pela Okrana -- polícia política do czar.
Dentre os grupos e sociedades secretas destacamos:
* Os Narodinikis, eram populistas tentando sobrepor ao poder da Igreja Ortodoxa e vencer as desigualdades sociais.
* Os Nilistas, eram anarquistas e utilizavam atentados terroristas como forma de protesto.
* Terras e Liberdade (1878) e Vontade do Povo (1879) eram sociedades secretas que propagavam idéias revolucionárias.
Em 1898 foi formado o Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR), seguia as idéias de Karl Marx e Friedrich Engels. 
Houveram outros partidos que ficaram na ilegalidade até 1905: Partido Socialista Revolucionário (PSR) era composto de anarquistas e o Partido Constitucional Democrata (PCD) era formado por elementos ligados à burguesia e a nobreza.
Em 1903, houve a separação do POSD, o primeiro ficou sendo liderado por Lênin, era chamado Bolchevique (maioria), defendia um partido forte, disciplinado e centralizado; o outro foi liderado por Martov, defendia um partido moderado que buscava aliança com outros partidos, eram a minoria e por isso o nome de Menchevique. 
Em 1904, a Rússia perdeu uma guerra contra o Japão e a derrota gera revolta contra Nicolau II, por causa da humilhação e gastos que levaram à uma piora da crise econômica. 
Em janeiro de 1905, duzentas mil pessoas foram ao Palácio de Inverno em São Petesburgo, para entregarem ao czar um  documento pedindo melhoras nas condições de vida dos operários, eleições livres e diretas, salário mínimo e jornada de trabalho limitada, esse movimento pacífico da população foi violentamente reprimido pela Okrana, episódio conhecido como Domingo Sangrento, deixou mil mortos.
No mesmo ano ocorreram várias revoluções de operários, camponeses e também dos marinheiros.
Pressionado o czar promete reformas e decreta o Manifesto de Outubro, onde propõe a criação de um parlamento DUMA, uma nova constituição e eleições parlamentares. Os liberais burgueses aceitam a proposta de reformas, já os bolcheviques não, preferem uma revolução para a implantação do socialismo.
Ao final de 1905 o czar abandona as idéias de reformas e volta a reprimir os movimentos populares. A DUMA, teve seus poderes limitados à vontade da nobreza e do clero, sem nenhum interesse da população.
A sociedade então fica ciente de que o czarismo deveria ter um fim.
Ao voltar ao absolutismo, a Rússia entra na I Guerra Mundial, em 1914, derrotados, são perdidos quatro milhões de mortos, e ganham uma ainda maior crise socioeconômica.
Exilado na Suíça, Lênin queria organizar ações populares (agitações, manifestações) por meio dos bolcheviques.
Em fevereiro de 1917, aumentam as greves e manifestações contra o czar, cada vez mais a população aderia aos protestos.
No dia 27 de fevereiro a população que já contava com o apoio dos militares, invade o Palácio de Inverno, ameaçando ocupar o prédio onde funcionava a DUMA, que acabou por fazer aliança com os revoltosos.  O czar é forçado a abdicar, instaura-se um governo provisório comandado pelo príncipe Lvovo, Kerensky, assume o Ministério da Guerra, um governo marcado por disputas entre os burguesia e a população. Lvov renuncia e Kerensky (menchevique), aliado à burguesia assume. A crise não acabava, e em outubro de 1917, os bolcheviques passam a conduzir a revolução por meio dos sovietes (operários, camponeses e soldados), foi também formado um comitê militar no soviete de Petrogrado, liderado por Leon Trotski, que posterior mente organizou a Guarda Vermelha
O governo provisório perdia apoio político, soldados e marinheiros se juntavam aos sovietes na oposição ao governo.
No dia 25 de Outubro de 1917, com os lemas: "Todo poder aos sovietes" e "Paz Terra e Pão", os bolcheviques cercam a cidade de Petrogrado e prendem os membros do governo provisório, mas Kerensky acaba fujindo.
O poder ficou nas mãos do Conselho dos Comissários do Povo (presidido por Lênin) e as primeiras medidas foram tomadas:
1ª. Acordo de Paz com a Alemanha, tirando a Rússia da 1ª Guerra;
2ª. Fim da propriedade privada (estatização);
3ª. Confisco de propriedades e
4ª. Reforma agrária.
O estabelecimento do Socialismo na Rússia provocou reação nos países capitalistas: França, Inglaterra, Japão e Estados Unidos, que temiam o socialismo, além de não terem aceitado a saída da Rússia da I Guerra, esses países se aliaram para destruir o governo de Lênin.
Para isso foi criado o Exército Branco, a guerra civil teve fim em 1921, com a vitória do Exécito Vermelho de Trotski.
A Rússia ficou isolada do plano internacional, a produção agrícola era pouca para suprir o país e a indústria não competia com o Ocidente, no início dos anos 20, o país estava desorganizado  financeiramente.
Por causa disso, o governo adorou uma política chamada "Comunismo de Guerra", onde o comércio era abolido e a distribuição de bens racionada, além da entrega forçada da produção ao Estado, neste período também não circulava dinheiro.
Lênin também implanta a Nova Política Econômica (NEP), onde são adotadas práticas capitalista visando o desenvolvimento econômico, o comércio é liberado, e também é autorizado o capital externo e privado na indústria e comércio. Ao Estado cabia o controle da Comunicação, Transporte, Comércio Exterior e Bancos.
Em 1922, em um congresso de todos os sovietes, foi fundada a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), unindo Rússia, Ucrânia, Bielorrússia ou Rússia Branca e Transcaucásia (Armênia, Geórgia e Azerbaijão). Mais tarde foram integrados o Usbequistão, Turcomenistão e Tajiquistão.

terça-feira, 1 de março de 2011

Homem como ser social!



O Homem enquanto ser social partilha uma herança genética que o define como ser humano.
 A nossa estrutura cerebral permite-nos desenvolver a linguagem e interpretar os estímulos provenientes do meio.
É na capacidade de o ser humano se adaptar ao meio e de transmitir ás gerações seguintes as suas conquistas, é na sua capacidade de aprender que reside a linha que distingue o ser humano do animal.


O homem só se realiza como Pessoa na relação com os outros, relação essa que tem vários níveis e assume múltiplas formas: Universalidade; Sociabilidade e intimidade.  

Ao nível da intimidade a pessoa encara-se como um ser dotado de uma consciencia de si, baseada na racionalidade e nas emoções que, embora seja individual e interior, só se constroi com base em relações significativas com outros seres humanos...

Ao nível da sociabilidade a pessoa encontra-se como membro de uma sociedade organizada, necessitando de passar por um longo processo de sociabilização até que  possa assumir-se como um membro ativo da sociedade a que pertence. Não se pode dizer que a sociedade é uma mera soma de individuos, uma vez que cada individuo é, em si mesmo, um produto da cultura da sociedade a que pertence...

A filosofia, a arte,a religião, a literatura, a ciência...são vias para alcançar a Universalidade, uma integração do individuo no COSMOS, no TODO, realizando-se como Pessoa, no encontro do que o transcede e pode dar um sentido à sua existência.

"Dentro de ti estão todos os que te viram como gente ou não, cada palavra que te dirigiram é uma luz ou uma ferida, às vezes, um clarão que cega  ou mostra que sim, outras vezes um muro de sombra e um rio que secou sem razão porque a palavra não pode semear-se no campo largo do contentamento fazendo crescer uma floresta morta de desencanta no que podia ser um jardim ou um campo verde sem principio nem fim"
"Não podemos viver isolados porque as nossas vidas estão ligadas por mil laços invisíveis" Herman Melville





Trocando em miúdos: 




* O Homem ao integrar-se na sociedade, constituída por pessoas/seres humanos têm de ter responsabilidade de cumprir as leis/regras. Caso não aconteça este cumprimento, estão 
sujeitos a uma punição/sanção.


*homem não consegue viver isolado, o homem não é um ser auto-suficiente,precisa de amor ,carinho e atenção, precisa relacionar-se (amizade ou simplesmente companhia) seja para procriar ou não se o homem vivesse isolado a espécie humana não existiria. Nascemos em uma sociedade, crescemos e morremos em uma sociedade.
Seria impossivel não manter um  contato social. Ou ainda como diria o grande filósofo Teilhard de Chardin que criou a célebre frase;  “no men is an island”, ou seja, “nenhum homem é uma ilha”. Isto significa que o homem não consegue viver isoladamente e precisa um dos outros para a sua sobrevivência

Destinado aos alunos dos Primeiros anos do Ensino Médio A, B, C, D e E. 
Disciplina de Sociologia, Profª. Michelli Dezani; E. E. Dona Alice Fontoura de Araújo.

Bons Estudos!!